quarta-feira, 15 de abril de 2009

Jaracatiá

O Jaracatiá, também conhecido como mamão-do-mato, mamão-bravo ou chamburu, é uma árvore da família do mamão , e tem uma forma parecida com a de uma paineira (caule grosso) ; possui grande dispersão no Brasil; vai desde a Mata Atlântica até o cerrado; mas vem sofrendo um processo contínuo de redução podendo estar ameaçada de extinção. Este parente do mamão (Jaracatia dodecaphylla A.DC0 ) produz frutos pequenos, parecidos com um mamãozinho, e são uma boa fonte de alimento para a fauna onde ela ocorre; é excelente árvore para reflorestamentos e reconstituições de regiões degradadas; pode-se fazer doce de seus frutos, mas o mais interessante do jaracatiá é que seu tronco é comestível! antes é preciso passar a polpa do tronco por um processo de cozimento, mas o resultado é uma polpa com consistência de coco! Para se fazer o processo de extração não é necessário cortar a árvore: se for uma árvore grande pode se abrir uma fenda no caule, colher uma parte do tronco, e depois fechar a ferida com argila e recobrir com sua casca extraída ... é como um curativo , a árvore se regenerará! segundo o caboclo que me explicou!

NOME INDIGENA: Jaracatiá, vem do Tupi e significa “Fruta da arvore do talo ou tronco mole”.

Origem: Matas de altitude da mata atlântica e mata de galeria dos cerrados desde Minas gerais ao Rio Grande do Sul. Argentina, Paraguai e Cordilheira dos Andes.

Características: A arvore cresce até 10 metros de altura, tem copa é rala e cônica, é dióica, ou seja, tem flores masculinas e femininas em árvores separadas. O tronco é esbranquiçado e espinhoso. As folhas são palmatilobadas ou seja parecendo uma mão com muitos dedos. As flores são pequenas, esbranquiçadas, as masculinas aparecem em pequenos cachos e as femininas, nascem isoladas nas axilas das folhas.

Dicas para cultivo: É planta de crescimento rápido, aprecia solos profundos e ricos em matéria orgânica, resiste a baixas temperaturas (até – 1 graus), vegeta desde o nível do mar até 2.000 m de altitude. Visto existirem pés machos (improdutivos) e fêmeas (produtivas) convém plantar no mínimo 3 indivíduos.

Mudas: As sementes são pequenas e germinam em 30 a 40 dias sob ambiente sombreado e 50% delas entram em dormência germinando só no fim da primavera. As mudas crescem rápido e começam a frutificar com 4 a 6 anos de idade, dependendo da adubação e condições climáticas.

Serviço: A Embrapa Cerrados venderá mudas a partir de outubro (ainda estão pequenas, em tubetes). É só ligar para lá: (61) 3388-9898 (a informação apareceu no último Caderno Agrícola do jornal Estadão)

Plantando: espaçamento entre arvores 6x6 m, cresce bem em pleno sol, como em bosques sombreados. As covas devem conter 40% de matéria orgânica e pH neutro, conseguido com a incorporação de 3 kg de calcário por cova, 2 meses antes do plantio.

Cultivando: A planta não requer podas. A adubação com composto orgânico é suficiente, pode ser (6 litros) cama de frango ou composto orgânico + 50 gramas de N-P-K 10-10-10, dobrando essa quantia até o terceiro ano após o plantio, distribuindo-os em círculos a 50 cm de distancia do tronco.

Usos: os frutos tem polpa amarelo alaranjada, lembram o sabor do maracujá e da manga, contem látex que queima a língua e os lábios de algumas pessoas sensíveis, por isso aproveitar os frutos bem maduros que devem ser podem ser consumidos com casca e tudo, porém comer pequenas quantias por causa do efeito laxativo. Também podem ser usados para fabricar sucos e doces. O tronco é usado para fazer um doce semelhante a cocada.

Doce do Caule do Jaracatiá:

Corte um círculo na casca da árvore, retire essa “tampa”, e retire um pedaço do caule. Em seguida, coloque novamente a casca na árvore e fixe com fita para soldar novamente, protegendo a árvore, que irá se regenerar. Lavar bem o pedaço retirado, ralar e deixar de molho por uma hora. Em seguida, lave novamente várias vezes até eliminar o leite. Cozinhe em água e açúcar (pode colocar cravo), mexendo até dar o ponto. Sirva frio.