segunda-feira, 20 de julho de 2009

Macuco



O Macuco (Tinamus solitarius) é uma ave rara e de grande porte que, justamente por ser uma grande refeição, foi muito caçada nesta região, hoje está se recuperando.


Na verdade esta linda ave é a maior representante dos tinamídeos, que são aves de aparência galinácea

Tem hábitos diurnos e vive no chão da floresta ciscando como uma galinha,

prefere viver no solo do interior da mata primária em áreas próximas a pequenos riachos ou nascentes; sua plumagem cinza e um tanto rajada a camufla muito bem no sombreado da vegetação e tem como peculiaridade de comportamento ficar imóvel quando percebe algum perigo, talvez porque seja melhor confiar na camuflagem do que ter que movimentar todo seu corpanzil numa fuga.

Eventualmente costuma sair ao descampado nos arredores das matas onde se sente segura para comer minhocas, formigas, sementes, bagas, frutas e artrópodes em geral mais expostos.

Seu canto na verdade é um pio forte, solitário e melancólico que ocorre geralmente no cair da noite e algumas vezes durante o começo da noite também em épocas quentes


Na época de reprodução seu pio pode ser vocalizado numa sequência de três pios também, vai depender da empolgação do bichão, quando um canta o outro responde ao longe, provavelmente estão namorando e os casais costumam ficar ao alcance da audição de seu pio, ou seja uns 500 metros; é um animal tímido, cauteloso, de difícil observação e, como na maioria dos tinamiformes, é o macho do macuco quem choca os ovos, que são de coloração verde-azulada; seus ninhos são feitos no solo entre raízes de grandes arvores, mas para dormir costuma empoleirar em galhos grossos , e, se você estiver por perto, certamente ouvirá o seu potente bater de asas; Para fotografá-los você pode usar técnicas de caça usadas pelos caboclos como imitar um grilo, um de seus alimentos preferidos, ou então abrir uma vala longa no solo da mata de preferência em uma área de clareira ou onde caiu uma árvore pois o macuco sente o cheiro do solo exposto e sabe que lá terá várias minhoquinhas para ele!

Boa foto! mas fique quieto pois ele é muito esperto e escuta muito bem!

SURUCUÁ


O Surucuá é uma pássaro da Mata Atlântica lindíssimo e de fácil observação, desde que a região em que você esteja seja relativamente preservada.

Na verdade existem várias espécies de surucuá, entre elas o Surucuá de peito azul e o Surucuá de Barriga Amarela (que abaixo estão fotografados ), todos muito bonitos.

Estes pássaros, de forma geral, costumam ficar um longo tempo parados em um galho de árvore, bem quietos, o que facilita visualizá-los e fotografá-los, e não são ariscos; são diurno e se movimentam durante o dia todo, podem ser observados tanto no interior da mata como em espaços descampados; andam em grupos pequenos ou sozinhos e têm um canto característico não muito alto, mas inconfundível; se ajudar, para mim a onomatopéia é mais ou menos assim : ” priururu priururu priururuuuu “

(apesar do vermelhão este é o nome - a parte de cima é um azul bem escuro )



Surucuá de Barriga Amarela


Este pássaro , há tempos não ocorria nesta região, não que não fosse seu habitat mas provavelmente não tinha plenas condições de

sobrevivência ou não queria tanto contato com o homem; como vem ocorrendo uma regeneração da Mata no Parque do Jurupará , começou a reaparecer, o que é um presente para nós, depois que o fotografei pela primeira vez ai acho que gostaram de posar para foto e não pararam mais.





Pavão do Mato


O Pavão do Mato ou Pavó (Pyroderus scutatus) é um pássaro misterioso, extremamente arisco e costuma habitar o meio da mata; seu vôo é algo surpreendente; ele passa em alta velocidade por dentro da mata , por entre os vãos dos galhos das árvores , algo que parece loucura , mas, com sua extrema agilidade, para ele é fácil; as vezes , ao passar por nós,podemos levar até um susto, pois só ouvimos o zunido do vento!

Este animal só sai para campo aberto quando há um grande atrativo como uma árvore frutífera carregada, mas antes disso examina muito bem o local, as fotos que vocês estão vendo foram tiradas por mim escondido, deitado debaixo de uma árvore que tem a copa bem perto do solo , e ainda com alguma camuflagem , mas nestas fotos ... se repararem ... Ele está de olho para a câmera ... ele sabia que eu estava lá, mesmo escondido e utilizando um zoom de 600mm;
O pavão do mato costuma seguir bandos de tucanos, que são muito mais escandalosos e descuidados, é comum vermos as duas espécies juntas na mesma árvore se alimentando, e se eu puder dar um palpite a partir de minhas observações, me parece que o Pavão-do-Mato deixa o Tucano se expor primeiro e, se nada acontecer, ai ele arrisca.

Seu canto (clique aqui) é um grunhido grave, meio surdo, parecido com o do pombo urbano, e quando está na época de acasalamento, podemos ouví-lo de longe ,mas praticamente não dá para localizá-lo, pois não é muito fácil saber de onde partiu o som grave que ecoa por toda a mata.
Outro fato interessante dos pavós é que eles  possuem  a corte em forma de Display , denominação que damos à corte onde os machos  possuem uma espécie de arena onde se exibem,  no caso  enchem o peito para cantar bem auto ! ai a fêmea se apaixona!
É um dos meus animais preferidos, e poder fotografá-lo é realmente um prêmio.






quarta-feira, 15 de abril de 2009

Jaracatiá

O Jaracatiá, também conhecido como mamão-do-mato, mamão-bravo ou chamburu, é uma árvore da família do mamão , e tem uma forma parecida com a de uma paineira (caule grosso) ; possui grande dispersão no Brasil; vai desde a Mata Atlântica até o cerrado; mas vem sofrendo um processo contínuo de redução podendo estar ameaçada de extinção. Este parente do mamão (Jaracatia dodecaphylla A.DC0 ) produz frutos pequenos, parecidos com um mamãozinho, e são uma boa fonte de alimento para a fauna onde ela ocorre; é excelente árvore para reflorestamentos e reconstituições de regiões degradadas; pode-se fazer doce de seus frutos, mas o mais interessante do jaracatiá é que seu tronco é comestível! antes é preciso passar a polpa do tronco por um processo de cozimento, mas o resultado é uma polpa com consistência de coco! Para se fazer o processo de extração não é necessário cortar a árvore: se for uma árvore grande pode se abrir uma fenda no caule, colher uma parte do tronco, e depois fechar a ferida com argila e recobrir com sua casca extraída ... é como um curativo , a árvore se regenerará! segundo o caboclo que me explicou!

NOME INDIGENA: Jaracatiá, vem do Tupi e significa “Fruta da arvore do talo ou tronco mole”.

Origem: Matas de altitude da mata atlântica e mata de galeria dos cerrados desde Minas gerais ao Rio Grande do Sul. Argentina, Paraguai e Cordilheira dos Andes.

Características: A arvore cresce até 10 metros de altura, tem copa é rala e cônica, é dióica, ou seja, tem flores masculinas e femininas em árvores separadas. O tronco é esbranquiçado e espinhoso. As folhas são palmatilobadas ou seja parecendo uma mão com muitos dedos. As flores são pequenas, esbranquiçadas, as masculinas aparecem em pequenos cachos e as femininas, nascem isoladas nas axilas das folhas.

Dicas para cultivo: É planta de crescimento rápido, aprecia solos profundos e ricos em matéria orgânica, resiste a baixas temperaturas (até – 1 graus), vegeta desde o nível do mar até 2.000 m de altitude. Visto existirem pés machos (improdutivos) e fêmeas (produtivas) convém plantar no mínimo 3 indivíduos.

Mudas: As sementes são pequenas e germinam em 30 a 40 dias sob ambiente sombreado e 50% delas entram em dormência germinando só no fim da primavera. As mudas crescem rápido e começam a frutificar com 4 a 6 anos de idade, dependendo da adubação e condições climáticas.

Serviço: A Embrapa Cerrados venderá mudas a partir de outubro (ainda estão pequenas, em tubetes). É só ligar para lá: (61) 3388-9898 (a informação apareceu no último Caderno Agrícola do jornal Estadão)

Plantando: espaçamento entre arvores 6x6 m, cresce bem em pleno sol, como em bosques sombreados. As covas devem conter 40% de matéria orgânica e pH neutro, conseguido com a incorporação de 3 kg de calcário por cova, 2 meses antes do plantio.

Cultivando: A planta não requer podas. A adubação com composto orgânico é suficiente, pode ser (6 litros) cama de frango ou composto orgânico + 50 gramas de N-P-K 10-10-10, dobrando essa quantia até o terceiro ano após o plantio, distribuindo-os em círculos a 50 cm de distancia do tronco.

Usos: os frutos tem polpa amarelo alaranjada, lembram o sabor do maracujá e da manga, contem látex que queima a língua e os lábios de algumas pessoas sensíveis, por isso aproveitar os frutos bem maduros que devem ser podem ser consumidos com casca e tudo, porém comer pequenas quantias por causa do efeito laxativo. Também podem ser usados para fabricar sucos e doces. O tronco é usado para fazer um doce semelhante a cocada.

Doce do Caule do Jaracatiá:

Corte um círculo na casca da árvore, retire essa “tampa”, e retire um pedaço do caule. Em seguida, coloque novamente a casca na árvore e fixe com fita para soldar novamente, protegendo a árvore, que irá se regenerar. Lavar bem o pedaço retirado, ralar e deixar de molho por uma hora. Em seguida, lave novamente várias vezes até eliminar o leite. Cozinhe em água e açúcar (pode colocar cravo), mexendo até dar o ponto. Sirva frio.

quinta-feira, 5 de março de 2009

A verdade sobre o palmito.


O palmito é um produto extrativista controverso e ao mesmo tempo pouco compreendido pelo consumidor em geral; talvez por esta razão a sua importância na preservação da mata atlântica seja ignorada por nossa sociedade. 

Na verdade, o palmito é um luxo que o homem moderno insiste em explorar predatoriamente; sua comercialização indiscriminada é uma extravagância de consumo irresponsável e tão questionável quanto o são os casacos de pele, a gordura da baleia e os enfeites de marfim.

Antes de tudo devo dizer que existem algumas espécies de palmito no Brasil e entre elas a Pupunha (Bactris gasipaes) e o Açai (Euterpe oleracea) que são naturais da floresta equatorial e já possuem algumas áreas de cultivo agrícola sustentáveis; mas o Palmito Jussara (Euterpe edulis),
que é natural da Mata Atlântica e muito importante para o seu ecossistema, sofre perigo de extinção é obtido basicamente pelo extrativismo predatório de áreas sob proteção ambiental, e é dessa esplêndida árvore que vou tratar a seguir.


Por desconhecimento da população ou interesses econômicos de máfias que exploram este mercado, o palmito ainda é tratado como alimento viável e aceito pela sociedade como tal, mas a realidade da sua extração na natureza, sua viabilidade econômica como recurso renovável e seu valor como alimento é bem outro.

Hoje ao comprarmos um vidro de Palmito Jussara nos supermercados ou nos servimos de grandes nacos nas churrascarias pelo Brasil afora é como, quardadas as devidas proporções, estivéssemos indo a um desmanche de carros roubados buscar uma peça para nosso automóvel ou mesmo comprando carne de paca (caçada ilegalmente e em perigo de extinção) ou comprar ossos moídos de tigre (na Ásia atribui-se um valor medicinal).

Não existe cultivo de palmito Jussara no Brasil que possa atender a demanda existente hoje, ape
sar de algumas  tentativas frustradas, isto porque o palmito leva cerca de 10 anos para ser colhido,o que inviabiliza o negócio, além da concorrência do palmito ilegal que pode ser vendido bem mais barato... 


Todo palmito que já comemos até hoje foi extraído de dentro da Mata Atlântica e na maioria de forma ilegal. Esse corte ilegal é feito geralmente dentro das Unidades de Conservação (Parques Estaduais, Nacionais,Estações Ecológicas).

Os palmitos são cortados dentro da mata e cozidos na hora sob péssimas condições de higiene ,depois são transportados pela mata até barcos escondidos em represas ou rios, ou deixados em pontos onde serão coletados por caminhonetes no meio da noite; após chegar às fábricas, são lavados e colocados em frascos aparentemente limpos, mas podem causar vários tipos de doenças , como hepatite, botulismo, cólera entre outras.

A parte importante do palmito no ecossistema da Mata Atlântica ironicamente não é o produto que consumimos, na verdade a importância do Jussara na teia alimentar da mata atlântica está nas suas sementes, que são muito nutritivas.

Sabemos que arapongas, sabiás-unas,sabiás-pimenta(foto ao lado) tucanos, jacutingas, macucos, catetos, queixadas, veados, esquilos, cutias,pacas, antas, e outros animais da floresta consomem os frutos e dispersam as sementes do jussara pela mata. Sem a jussara várias espécies de animais podem desaparecer e vice-serva. Em alguns locais onde o palmito foi dizimado já podemos notar a ausência da fauna.

O palmito propriamente dito, que conhecemos na forma de vidrinhos rotulados com selos de qualidade questionáveis é a ponta desta palmeira onde as futuras folhas estão em formação, ou seja , são árvores de quase 15 metros de altura derrubadas para se extrair 2 a 3 quilos de palmito e estas folhas bebês só são consumidas pelo homem,e uma vez cortado o palmito ( mesmo que se deixasse o tronco) a árvore morre! Jamais brotará novamente ... não há um animal na Mata Atlântica que utilize o palmito para a alimentação como o fazemos; tal fato, não é por acaso, pois os animas têm um conhecimento empírico dos alimentos e da sua utilidade para o equilíbrio ecológico destilado por milhares de anos... já o homem não!

Como se todas as conseqüências do consumo do palmito não fossem suficientes para nunca mais comprarmos palmito Jussara, aqui vai mais um dado sobre esta importante palmeira que provavelmente vai surpreender a muitos :

O Palmito é um alimento com baixo valor nutritivo, seus únicos componentes úteis pra o organismo são fibras vegetais e alguns sais minerais,fósforo e potássio,sendo todos eles plenamente mais abundantes em outros alimentos mais baratos e viáveis ecologicamente; como exemplo , comer alface ou cebola é mais nutritivo que comer palmito.

Atualmente existe uma guerra entre os palmiteiros e os guardas-parques em todo o Brasil.

Os palmiteiros estão fortemente armados e mobilizados para extrair todo palmito possível da Floresta Atlântica. Guardas florestais frequentemente são mortos.

O corte do palmito é tão organizado quanto qualquer outro tipo de tráfico.
Sabemos hoje que os palmiteiros possuem rádios, armas e transportes mais eficientes que os dos guardas, como barcos a motor de popa ou caminhões.
Além de cortar os palmitos, muitos animais são abatidos pelos palmiteiros que já aproveitam a viagem para esse outro fim,a caça ilegal .

Palmiteiros não respeitam propriedades, dizem que o palmito é de Deus e de quem mais pegar, invadem áreas particulares , caçam o que querem, sujam o que querem, destroem o que querem e algumas vezes chegam a assaltar ranchos de veraneio; intimidam a população local que acaba sendo forçadamente conivente.

Há um tempo, ao chegarmos ao nosso rancho, dentro do que é hoje um Parque Florestal deparamos com esta cena nas fotos a seguir; não só roubaram o palmito de toda a propriedade com não respeitaram nem os palmitos de mais de 40 anos que ornamentavam o entorno de meu sítio.

Por tudo isso, se puderem escolher outro alimento na hora das compras a natureza agradece!



https://www.youtube.com/channel/UCKO3dz-RkkGDoHwnThlh2pA?view_as=subscriber





domingo, 1 de março de 2009

Preservar também é unir florestas!

Preservar também é  unir florestas!

 

Lembro de uma vez que  deparamos, logo pela manha  no açude  em frente ao meu rancho, com uma tilápia  comida pela metade boiando ; sabíamos que provavelmente  quem comera  a outra metade só poderia ter sido uma lontra (ariranha ); ao comentarmos com o  caboclo que fazia alguns serviços para nós  ele  disse: “ pois é, esse bicho é danado,  se não matar vai acabar com os seus peixes ...”

Quase cai de costas de desgosto! Coitado do bichinho! Claro que dissemos para deixá-la em paz ...

Sempre perguntei para os caboclos da região a respeito de bichos que apareciam por lá  e que  percebíamos  por meio de rastros e  algum sinal de sua presença como fezes, carreiros ( trilha que o bicho faz na mata) ,escutando ou vendo; a resposta  era quase sempre a mesma. “ ih ... tem bastante”.

Adicionar vídeo

Para ser justo , posso dizer que  o caboclo das antigas, conhecedor  das manhas da natureza na prática do dia a dia, manteve em sua cultura algumas regras de bom senso que os mais novos não seguem , eles respeitam  os períodos de cria e  só caçam para seu consumo,  o que  de certa forma manteve  algum equilíbrio na população destes animais no passado, mas a caça predatória , o tráfico de animais silvestres vivos, comércio de peles , carnes e outros artigos são bem mais danosos e não estão  diretamente ligados  ao homem comum do campo, são verdadeiras quadrilhas que possuem suas bases nas grandes cidades e que usam o conhecimento do  homem simples  para seu fins ilícitos .

 Para os  antigos  que já tive a oportunidade de conversar até hoje ,os animais são infinitos, eles  não conseguem entender  o tamanho do estrago que o homem já fez na natureza e que  somente alguns lugares como este , onde a vida selvagem resiste e ainda  há uma população  de animais que  se mantém saudáveis devido a extensão de terra que habitam ,  é cada vez mais raro ...  a ariranha é um caso destes.  

Quando tentamos argumentar  que  os animais estão se extinguindo eles dizem que os animais vem de longe e não acabam nunca... mal sabem eles que   o longe é muito mais perto do que imaginam e a maior parte dos resquícios da mata atlântica estão isolados  por zonas urbanas ou agrícolas; o problema é que eles não olham um mapa , como no Google Earth, para perceberem  isso e  seu costumes  e crenças persistem.

Hoje , um dos maiores fatores de pressão para a extinção de algumas espécies , além da caça  e a destruição do seu habitat, é a compartimentação  das  suas matas de refúgio .

Os  animais em regra precisam de grandes áreas  para sobreviverem, necessitam  de um espaço  viável para  poderem se beneficiar da dispersão natural  das árvores frutíferas   ou  qualquer outro alimento que ocorram no seu meio, como  raízes, fungos, outros animais ou insetos.

Na sua busca diária pela sobrevivência percorrem áreas equivalentes que normalmente, em um ambiente  sadio(clímax),  geram seu sustento , área esta que varia de espécie para espécie.

Muitos animais, geralmente machos, não permitem outros da mesma espécie por perto, devido à disputa por territórios de alimentação  e fêmeas; ao se compartimentar uma área da floresta , seja por uma estrada , uma represa hidrelétrica  ou uma  área urbana , as espécies ficam isoladas  e não conseguem  fazer este deslocamento vital para acomodação da população, busca de alimentos ou busca de parceiros  sexuais; mesmo que a somatória das áreas preservadas fossem o suficiente  a compartimentação impede os animais de buscarem  sua sobrevivência,  transitar e procurar por áreas menos povoadas ou competitivas.

A título de exemplo, alguns pássaros da mata atlântica são essencialmente arborícolas, e se deslocam pelas copas das árvores, não  voariam em campo aberto por motivo algum , não faz  parte do seu modo de ser e uma simples estrada isolaria duas populações.

 Se querem uma dica  para colaborar com  a preservação ambiental , aqui vai :  conectem as áreas verdes! Seja por meio  de faixas protegidas entre fazendas e suas áreas de preservação legal, por meio de  matas ciliares de rios , pontes para automóveis que deixem o solo livre  com passagens cobertas  de vegetação  nas  estradas que cortam florestas, túneis  ou o que mais for possível !  a natureza agradece !

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Anta


Fotografei esta anta bem perto do meu rancho; fui dar uma volta com uma pequena lanterna numa noite quente e bem escura e lá estava ela.

(veja o local no Panoramio : http://www.panoramio.com/photo/20154847 )

Costumo andar de lanterna apagada e bem devagar para não espantar os bichos que possam estar por perto, e deu certo , apesar de eu ter certeza que a anta já havia percebido a minha presença muito antes de eu a ver, ela não fugiu, preferiu ficar comendo os caquis que caiam do pé sem se abalar com a minha presença; alguns caboclos da região já contaram casos de ficar andando do lado de antas por um bom tempo sem que ela ficasse com medo algum.

Nesta época do ano, fevereiro, o pomar atrai muitos animais, como viados, antas , catetos, gambás, pacas entre outros, pois os pés de caquis, goiabas e peras, estão carregados! é irresistível para estes bichos.

Quando a vi , num dos poucos momentos em que acendi a lanterna na minha caminhada, quase não acreditei, é um animal enorme mas incrivelmente silencioso, não imaginava que estava perto de um bicho tão grande.

Tive o sangue frio de desligar a lanterna para não incomodá-la muito e ligar minha máquina fotográfica (a qual sempre anda pendurada no meu pescoço e regulada para o caso depar com um bicho nestas condições ) aguardei ainda alguns segundo para o flash carregar , mirei para a direção que a tinha visto ( não sabia se ainda estava lá devido à escuridão da noite), e bati a foto, é uma emoção incrível fotografar um bicho destes!

A anta é um animal herbívoro e relativamente pacato, mas se tiver filhotes ou se sentir acuada pode atacar; normalmente prefere fugir ou mergulhar (pinchar) em lagos e rios para fugir pois é uma ótima nadadora, adora água e submerge por um bom tempo; na mata cria suas próprias trilhas e é difícil não percebê-las pois é um caminho bem batido e geralmente segue as curvas de nível do relevo local. Seu predador natural é a onça e quando é atacada, sai em disparada por entra os galhos das arvores para derrubar a onça do seu cangote;

Após tirar essa foto acima, ela fugiu; deve ter se assustado com o flash e posteriormente com minha agitação procurando-a com a lanterna. Eu tentei segui-la, mas não sabia bem para onde ela tinha ido, pois me ofusquei com o flash, e a danada não fez barulho nenhum ao correr ... só que desisti desta perseguição após ouvir ao longe suas patadas no chão ; é um aviso que a anta faz; Quando ela está brava costuma emitir um assobio e bater as patas dianteiras no chão com força, assim, melhor não dar sopa pro azar!

Pode acreditar, o ataque de uma anta é muito perigoso, mesmo porque ela , nos seus aproximados 200 kg não é nada delicada, e sua mordida pode ser bem forte; temos que respeitar esses animais maravilhosos e cada vez mais raros!


NOME COMUM: Anta, Tapir
NOME EM INGLÊS: Brazilian Tapir
NOME CIENTÍFICO: Tapirus terrestris
FILO: Chordata
CLASSE: Mammalia
ORDEM: Perissodactyla
FAMÍLIA: Tapiridae
CARACTERÍSTICAS:
(Tapir brasileiro)
comprimento da fêmea: até 2 m

Altura: até 1 m
Peso: até 200 Kg
não há época especial de acasalamento
Período de gestação: 390 a 400 dias
Filhotes: 1 ou raramente 2

Para saber mais: http://tapirs.org/tapirs/index.html













terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Conheça a Imbira



Imbira:

Na região tem uma planta que a caboclada chama de imbira, ela é usada para fazer cordas (tiras) de sua entrecasca e são muito resistente e duráveis; na verdade se fizermos uma pesquisa vamos achar um monte de arvores com nome de embira ou imbira mas o que elas tem em comum são a capacidade de produzir estas fibras.





O que se chamou de imbira é o elemento de algumas plantas em que é possível retirar a entrecasca e com ela conseguir fazer fibras.Tem a imbira que voce usa verde e tem a curtida , que é preparada deixanda secar e trançando ... ai realmente vira uma corda!


Pesquisando na internet encontrei o seguinte:
Imbira é uma denominação comum a quatro plantas da família das timeliáceas, que possuem a característica de formar cordas rústicas (imbiras) com a casca ou os ramos delgados, sendo a folha, geralmente, venenosa para o gado.

Peguei outra definição de Imbira: [Do tupi e'bira.] Substantivo feminino. Brasileirismo. Árvore com madeira leve também chamada "pau fofo". As fibras da entrecasca são utilizadas como tiras para amarrar sacos, paneiros e redes. Outra variação: Envira. (AsSs)

Veja como os caboclos tiram a fibra da Imbira; este ai no filme é o Juvenal, nascido onde hoje fica o Parque Estadual do Jurupará: 

http://www.youtube.com/watch?v=5-zE-L03HqI







Detalhe do filme : ao fundo se escuta o canto da Araponga

sábado, 3 de janeiro de 2009

Conheça a Pedra Santa




PEDRA SANTA


Uma pedra enorme no meio da mata atlântica situada no Sítio Pedra Santa,  que fica na região do Parque estadual do Jurupará.
A pedra possui na sua base uma pequena gruta que no passado abrigava em seu interior uma imagem de Nossa Senhora Aparecida.
A pedra era tida como Santa  e recebia todo o ano uma romaria dos moradores da região.

veja  o video da Lateral  da Pedra Santa 





Veja também  fotos  da Pedra Santa e sua gruta no álbum do PICASA clicando AQUI!



Panorâmica do Sitio Pedra Santa



obs : a pedra Santa fica à esquerda do início deste vídeo, incrustada no meio da mata.

Veja  a região onde fica clicando aqui